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Casa, lar, reconstrução

Casa, lar, reconstrução


O território onde se instala a casa é o mesmo onde a geografia estabelece o lar. O espaço fica indeterminado, na família não há propriamente um lugar  porque o ambiente propõe a diária reconstrução.
Há uma dinâmica de movimento na moradia e residência. Os membros caminham e, por fim reconstroem a vivência que tiveram em dado momento de suas vidas.
As casas apresentadas a partir de um olhar que procura desnivelar, tirar do chão ou desambientar com recortes fotográficos dá-nos a possibilidade de se pensar a família, sua estruturação e perda, sua apresentação criativa sempre renovada e a ruína. A morte, portanto, do que seria indissolúvel.
- Trás a cerveja, Catonha! 
- Sonha!
Casas abertas, fechadas,
solitárias, alegres, indefinidas, destroçadas que marcam o abrigo humano onde seria provido com a vontade ética,  estabilizada na união onde a farsa, a mentira, o engodo, a determinação ou função não é aceitável.
O útero seria o primeiro abrigo e nele não caberia a traição, não existiria na covardia, na ignorância, na manipulação da auto-piedade, alguma justificação e assim seria organização familiar onde o ritual da convivência se apresenta.
A personalidade que se desenvolve e cresce para fora, vai ao jardim e a rua.
Segue para a civilização, para compartilhar o seu conhecimento em manter-se no abrigo iluminado do lar.

Para Nego Miranda que aceitou - por pura bondade -, realizar a bela ironia sobre a exposição de fotografias.

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