Pular para o conteúdo principal

Casa, lar, reconstrução

Casa, lar, reconstrução


O território onde se instala a casa é o mesmo onde a geografia estabelece o lar. O espaço fica indeterminado, na família não há propriamente um lugar  porque o ambiente propõe a diária reconstrução.
Há uma dinâmica de movimento na moradia e residência. Os membros caminham e, por fim reconstroem a vivência que tiveram em dado momento de suas vidas.
As casas apresentadas a partir de um olhar que procura desnivelar, tirar do chão ou desambientar com recortes fotográficos dá-nos a possibilidade de se pensar a família, sua estruturação e perda, sua apresentação criativa sempre renovada e a ruína. A morte, portanto, do que seria indissolúvel.
- Trás a cerveja, Catonha! 
- Sonha!
Casas abertas, fechadas,
solitárias, alegres, indefinidas, destroçadas que marcam o abrigo humano onde seria provido com a vontade ética,  estabilizada na união onde a farsa, a mentira, o engodo, a determinação ou função não é aceitável.
O útero seria o primeiro abrigo e nele não caberia a traição, não existiria na covardia, na ignorância, na manipulação da auto-piedade, alguma justificação e assim seria organização familiar onde o ritual da convivência se apresenta.
A personalidade que se desenvolve e cresce para fora, vai ao jardim e a rua.
Segue para a civilização, para compartilhar o seu conhecimento em manter-se no abrigo iluminado do lar.

Para Nego Miranda que aceitou - por pura bondade -, realizar a bela ironia sobre a exposição de fotografias.

Postagens mais visitadas deste blog

Projeção do óbvio

     O óbvio, disse Nelson Rodrigues e, talvez também Suzana Flag, (a bandeira ou as pétalas do verdadeiro lírio), alma superior, diz ele, que o óbvio é alguém sentado no meio-fio de uma rua chorando e usando a gravata como lenço.               Essa individualidade lastimosa que nos diz que esta alma, este ser bem ajustado ao sistema, bom executivo, ainda, por alguma humanidade desconhecida se limpa no adorno, na forma, na gravata suas dores impermeáveis por nossa visão.     O mínimo que nos conta o máximo, ele, fora da casinha, da inserção grupal.   Não vemos que o sujeito está revestido da técnica, e não entendemos porque aquele corpo revestido do uniforme, da formalidade, chora. Dizemos, não cabe, ele nos põe em uma sinuca, está fora de questão, e isso, por fim se faz doloroso. Ele chora, fora do grupo , do que é compartimentado,  ele, um elemento.      Ficamos assombrados com isso. De...

Ação Educativa no Museu de Arte Sacra

Ação Educativa no Museu de Arte Sacra Curadoria Pedro Moreira Nt Sensibilização no espaço sagrado, entendimento das ações da arte e da fé. Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba - MASAC Situado junto à Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, possui relevante acervo das principais igrejas do setor histórico: A Catedral, Igreja do Rosário, as conhecidas Ruínas de São Francisco de Paula.  O nome original,    Nossa Senhora do Terço foi substituído com o surgimento da Ordem de São Francisco em Curitiba por volta de 1746, assim tornou-se conhecida como Igreja da Ordem.           Foi Igreja Matriz, e    paróquia dos colonos poloneses.  Em torno de 1834, desmoronou parte da igreja que só foi restaurada em 1880, e isso muito devido a visita do Imperador D. Pedro II que esteve presente no largo. Os sinos foram colocados à torre, pelos anos de 1883. ...

O direito à cultura local

O direito à cultura local  Pedro Moreira Nt Você vai ter que ir até ao final para entender do que se trata. E terá de me perdoar por eu insistir na criatividade como fonte do desenvolvimento humano, que realiza a arte e o direito de escolhas. Contra opções - que são coisas dadas, que estão por aí, as escolhas são construções, manifestações de valores e se determinam na ética de sua realização. Sinto dizer, pode fazer opções, mas antes realize escolhas. O mundo da norma está doente, a normalidade tornou-se uma doença grave feita da ignorância, burocracia e guerra. Assim, requerer normalidade talvez seja uma impossibilidade que não mais se pode conhecer quais sejam normas que digam o que é e o que não é normal. É normal que a falta de competências, formação profissional, pouco e ou duvidoso trabalho adensado em currículos, atividades em estudos, pesquisa, práticas sociais em arte e cultura estejam presentes na vida política na área e com pouca participação téc...