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Mostrando postagens de agosto, 2021

Dialética poética

       Vem antes da escrita poética a dialética, as sombras intensas tomadas como arranjo,  E toda metafísica da poesia, de seu além físico se materializa através de uma concreção subjetiva que assume o pensar com as emoções. Dela consente que o afetivo se efetiva como valor memorial e se extrapola ao ser comunicada.       A imagem insólita ganha qualidades ao se interpor, ao se identificar com o poético. Nada dura das passagens eleitas, os lugares aonde andam nossos pés.  A calçada ao largo do relógio parado, na esquina das maledicências, no elevador que tudo deposita em caixas no aglomerado retilíneo das geometrias reguladas.      Muitas delas copiadas ao rés do chão das formalidades aceitas, e isso de reproduzir se torna um império que quer inovar, o lugar comum em que o novo se enovela tentando destituir a sua carne.      Mas ali está e se vê prontamente que não saímos longe do pós-guerra, ao menos daquela última e segunda.     Não se quer bem nem à poesia e nem ao poeta, atrapalha

Projeção do óbvio

     O óbvio, disse Nelson Rodrigues e, talvez também Suzana Flag, (a bandeira ou as pétalas do verdadeiro lírio), alma superior, diz ele, que o óbvio é alguém sentado no meio-fio de uma rua chorando e usando a gravata como lenço.               Essa individualidade lastimosa que nos diz que esta alma, este ser bem ajustado ao sistema, bom executivo, ainda, por alguma humanidade desconhecida se limpa no adorno, na forma, na gravata suas dores impermeáveis por nossa visão.     O mínimo que nos conta o máximo, ele, fora da casinha, da inserção grupal.   Não vemos que o sujeito está revestido da técnica, e não entendemos porque aquele corpo revestido do uniforme, da formalidade, chora. Dizemos, não cabe, ele nos põe em uma sinuca, está fora de questão, e isso, por fim se faz doloroso. Ele chora, fora do grupo , do que é compartimentado,  ele, um elemento.      Ficamos assombrados com isso. Decidimos por uma inteligência ambulatória que cuida dos feridos, que se trata apenas de uma piada, a

Arte até Marte

       A saída do homem da Terra parece não estar muito longe, os dados mostram o aceleramento do planeta. As mudanças climáticas, os limites das condições de vida, as restrições sociais impostas a uma existência basicamente social, e com isso a centralização a pensamentos restritos, frios, modulares técnicos e instrumentais, retirando qualquer possível transcendência que não seja material.     A identidade social coisificada,  a alteridade no sentido messiânico, mágico, de salvação no mais recôndito entendimento da individualidade. Uma das características do momento é a coletivização forçada ao modo cooperado para um fim específico, manutenção do favo, da disposição medida dos espaços que se estabelecem como que em condomínio. Há uma diminuição geométrica dos ambientes de vida familiar. São muito menores do que se entendia como morada, como residência e, ou propriedade particular ou privada.     Essa atmosfera reducionista para um mínimo disponível provém da teoria de Taylor, de que a