Beleza
PMNT
Quando a gente fala do belo temos como território uma posição de força cuja ação destrói qualquer coisa em contrário, o belo mesmo como se diz a respeito da guerra é essa estrutura belicosa de uma ação. No entanto, a estética como ramo da filosofia é uma ciência que estuda toda essa ordem, é a filosofia da arte, o pensamento integrado ao sentido do fazer com a criação artística. Afinal o que é arte?
Poderemos ficar dias e dias falando a respeito e chegar a algumas conclusões: trata de objetos e objetivações, de coisas e de pensamentos organizados por algo que o determine. Posso dizer que há muitos belos exemplos no mundo natural, em tudo que vemos a respeito do belo, e que há infinitas maneiras de realização de algo belo através da arte. Mas o que pode ser para um não é necessariamente para outro. Quem ama o feio belo lhe parece. É o gosto, e o gostar não realiza completamente esse saber estético do que seria belo. Por isso a filosofia da arte surge para desvendar possibilidades.
Algo que se dizia belo não o é mais, algo assim não é tanto assim mais.
Para não deixar de ser óbvio, pode-se dizer que a beleza é uma qualidade do que é belo, e uma qualidade do que é belo é a sua beleza. O que é belo se tornou pelo que foi dito, foi construído, pensado. Parece que não há como sair disso: A beleza é a qualidade do belo. É o bonito agindo em nossas vidas. É tudo o quanto buscamos, uma beleza total para reagirmos à totalidade contrária do que nos faz mal, de uma fealdade que nos fere.
Beleza, a Vênus que é a sua deusa insere esse desejo de tudo quanto for tão humano nos faça sentir bem. A arte não nasce só de um sujeito, ela está no mundo e foi elegida. Houve críticas, desmanches, recuperações, avaliações, descrições sobre o processo criador do artista e toda uma história de arte que se revela. A arte surge desse embate social, de se sensibilizar e questionar.
Veja bem, beleza é tudo que é derramado de bem que vai a todos. A gente se sente melhor, aquele algo a mais que alguém tem e ninguém sabe direito porque mas nos faz bem. É arte melhor do homem, a sua ética.
Puxa a ética é um estudo também, da filosofia que trata do comportamento do homem no meio em que vive, as leis, e faz com que pense a sua existência seguindo certos princípios que não cause nada feio, mau.
É um princípio diferente que está presente na beleza. O belo propriamente só pode ser estético cumprindo um princípio ético de não ser belo somente em si, o belo vai ao mundo, atinge as pessoas vai a elas. Nesse sentido a beleza é ética. Sem ética não há estética.
A arte só pode existir então se houver cumprido uma formação do homem total, de um sujeito que está integre no meio social em que vive e possa promover pelas práticas sociais uma realização de bem que não só atinge a si, mas que sua existência comprove que vai ao outro. Os seres humanos não vivem só, a história de alguns não é a história do homem. A arte existe porque necessitamos uns dos outros, e quanto mais e melhor for sua comunicação para o bem, podemos dizer: que beleza.
E a melhor comunicação só pode encontrar contradições, e delas meios de se encontrar caminhos divergentes ou não, mas que se busca na superação, no entendimento humano. E será a beleza quando o homem total passar a existir, quando ele se tornar a expressão e a qualidade em suas múltiplas diferenças, contradições. A igualdade é chata, a mesmice um engano.
A arte faz o sujeito pensar, sentir, buscar alguma verdade, um sentido. Não é o gostar e não gostar, mas o construir, mudar, transformar, concretizar a realidade em múltiplas determinações históricas.