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Mostrando postagens de março, 2017

O direito à cultura local

O direito à cultura local  Pedro Moreira Nt Você vai ter que ir até ao final para entender do que se trata. E terá de me perdoar por eu insistir na criatividade como fonte do desenvolvimento humano, que realiza a arte e o direito de escolhas. Contra opções - que são coisas dadas, que estão por aí, as escolhas são construções, manifestações de valores e se determinam na ética de sua realização. Sinto dizer, pode fazer opções, mas antes realize escolhas. O mundo da norma está doente, a normalidade tornou-se uma doença grave feita da ignorância, burocracia e guerra. Assim, requerer normalidade talvez seja uma impossibilidade que não mais se pode conhecer quais sejam normas que digam o que é e o que não é normal. É normal que a falta de competências, formação profissional, pouco e ou duvidoso trabalho adensado em currículos, atividades em estudos, pesquisa, práticas sociais em arte e cultura estejam presentes na vida política na área e com pouca participação técnica

Fragmento e interrelações

Fragmento e interrelações Pedro Moreira Nt O ser humano consegue ver por partes, em pedaços qualquer inteireza com excessão de um "ver"  (não realmente ver) abstrato, matemático. Os iguais no mundo real da vida, no cotidiano não existem. Uma janela ao lado da outra janela são muito semelhantes, extremamente semelhantes, no entanto, não são iguais. Há nelas a ação do tempo, as marcas, a sua posição (norte, sul, leste, oeste), a dinâmica do tempo de sua história. As janelas são diferentes até mesmo na subjetividade de suas historiografias, de quem as pôs, como quando, e uma infinidade de ações subliminares que as indicam em suas plenas diferenças. Podem ser elementos de uma sequencia de uniformidade, mas apenas podem ser semelhantes. Pensemos em um edifício, ele é uma totalidade evidenciada, mostrada tal qual se apresenta. Antes de ser um edifício, antes de tudo, foi um projeto, um conhecimento colocado à prova para que pudesse ser construído. Há a cul

Marchetaria e criatividade plástica

A marchetaria é uma arte milenar de embutir, São encaixes, incrustações sobre colocadas de vários tipos de materiais que surge na Mesopotâmia por volta de 3.000 a.C., e se desenvolveu durante a Dinastia Yin na China (1.300 a.C. a 220 d.C.) e veio até nossos dias.  Apesar de sua antiguidade manteve suas técnicas, desenvolveu outras, e não perdeu sua riqueza artística. Diferente da colagem, mosaico e da incrustação na escultura, recorte em papel, pedra cortada, a marchetaria ou malquereria exige encaixes perfeitos e delineados que organizam em cor e tessitura a forma a ser construída. O projeto artístico é essencial para quem trabalha com essa arte, sem contar o conhecimento dos materiais e da madeira. Utilizada para ornamentação, a marchetaria se desenvolve para outras possibilidades artísticas.   Móveis, escultura, na construção civil, no acabamento de interiores, objetos utilitários e obra artística. É uma arte que exige muita habilidade e criatividade devido a extr

As frases inatas

As frases inatas Pedro Moreira Nt Retornamos sobre nós mesmos a descobrir que o distante é perto, e o que colhemos pelos caminhos são lindas meias-verdades. O quanto pode ser pequeno o que possuímos, sentados sobre nós mesmos, sentados sobre o fardo comum descobrimos que caminhamos o universo imenso mas o que temos de tão pequeno é a beleza puljente das verdades verdadeiras. Pegou a mais bela pasta e se encaminhou para a reunião de apresentação de seu projeto. Notou naquele momento que havia trocado, que na pasta estava o rabisco maluco de um plano. Mas era tarde, aquela mulher séria, carrancuda com um lápis vermelho nas mãos, pronta para marcar o que não interessava olhou com a cara de espanto. Era o fracasso, o tempo jogado no lixo. O que podia fazer era ser polido, levantar-se, fazer alguma menção de desculpas, algo como: entrei no gabinete errado.  No momento em que se precipitava a dar no pé, no exato instante em que se apoio na cadeira para fazer o giro triunfal de

A vida de cão

A vida de cão Pedro Moreira Nt      Segurar os chifres de Moisés sem pedir permissão Miguel ângelo por causa de Da Vinci que pintou aquela coisa magnífica e brigaram. Mas a cara de Da Vinci idoso parece o velho demônio de Miguel Ângelo. Depois de boiar no cesto da liberdade teve de libertar o mundo todo. Moisés, um sujeito que se divertia na vida a ponto de impor regras. Não isso e não aquilo. Acho que "não" parece onomatopéia, parece de altura vociferante, grunhido, pedra que bate na água, âncora que encalha o barco a ranger, o navio a partir. Creio que entendeu o surgimento primeiro do sábio. O povo não sabe mais brincar como os cães. Teve que impor as mãos no que diz ser mandamentos. Mando parece mão que anda. Foi então que o demonio, a luz própria e pura de um ser dessa natureza se extinguiu com as regras, as ordens. Mas ele não sabia, não sabia que a burrice tomaria conta criando um tipo de gente diferente. Jamais imaginou que se tornariam apenas ob

Leminski projeto

Projeto Leminski  p/ Claudete APRESENTAÇÃO              Paulo.doc é um documento poético do artista Paulo Leminski a partir do olhar de sua existência como pessoa, como homem e cidadão.  JUSTIFICATIVA                                       Ocupamos da poesia que mais se dirige à consciência de ser, ao documento que mais o põe em sintonia com a vontade artística. Entrelaçamos este acontecimento fractual de sua existência múltipla com textos que vão de encontro a essa finalidade de construir o homem comum que possui capacidade sintética de expressar criticamente a sua realidade.              O homem Paulo Leminski é defendido como alguém capaz de tantas jornadas poéticas quanto humanas em viver a experiência cotidiana do trabalho, da vida e provimento. O desejo de felicidades que regularizam a sua trajetória enquanto cidadão e artista, uma possuindo a outra. Torna-se o texto Paulo.doc uma reflexão sobre a capacidade otimizada do homem Paulo Leminski em ser o que