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A parte que faltava - Construção do todo a partir da parte na comunidade de sala de aula


A PARTE QUE FALTAVA
Construção do todo a partir da parte na comunidade de sala de aula
Pedro Moreira Nt

APRESENTAÇÃO

A partir da linguagem artística do recorte, interferência do desenho e colagem buscou-se compreender como se processa a representação do real, e que o real só pode ser conhecido em sociedade, o outro torna-se a parte fundamental da existência do sujeito em sua singularidade. Um singular departido entre o objeto que o toma e o sujeito que objetiva. Não havendo como objetivar-se ao mesmo tempo que se percebe enquanto objeto relacional. Assim, a importância do outro constitui fonte da percepção, compreendendo que o sujeito só é reconhecido no meio social em que participa. Essa dialética resulta a superação de que o sujeito, enquanto parte do mundo só o é devido ao outro que o reconhece como tal, mas mesmo assim, para compreender a realidade concreta deve compreender-se como parte da comunidade, de sua realidade social e histórica.

JUSTIFICATIVA
 O jogo artístico surge como processo metodológico em promover o sujeito em sua comunidade, de que a sua capacidade perceptiva nasce da relação entre sujeito/objeto e de que como parte evidente do sentido da obra de arte, não pode estar faltante. Assim como uma peça de jogo deve em sua parte completar o todo, o sujeito em suas relações não pode subsumir a uma instância unívoca em conhecer a realidade em que vive. A partir de Lane (2001), Carone, (2001), Denise e Bulgacov (2007), Vygotsky(1998), Ferraz e Fusari (1987) o aprendizado em arte se relaciona ao desenvolvimento imaginativo como integrante do que aparentemente está dissociado e modificado, promovendo embates de busca de sentidos e integração das partes faltantes que promovem o conhecimento da totalidade.

METODOLOGIA
 A comunidade de sala de aula, antes de se encaminharem aos espaços, aos equipamentos sociais culturais,   compreende que os fatores contraditórios são superados a partir da vivência e que a dinâmica pedagógica social psicosocial comunitária lhes possibilita o enfentamento sintético, simples das diferenças construindo uma praxis dialética nas relações.
Recortes de folders, anuncios, revistas informativas, demais materiais de comunicação são recortados e colados em partes diferenciadas dando ao fim o sentido significativo de um aprendizado que se intercala entre a obra propriamente, a autoria, a importancia artística e da cultura em sua manifestação relacionada ao espaço de convivencia.
O trabalho consiste em realizar:

1.       Recorte de materiais de comunicação de espaços artístico culturais;
2.       Montagem de quebra-cabeças;
3.       Transferência das partes a todos os grupos;
4.       Remontagem do quebra-cabeças
                Os jogos, a partir do facilitador são reintegrados em seu sentido inicial, obrigando a um diálogo entre os grupos participantes na retomada significativa dos mesmos.
                A integração da obra reapresentada no jogo é explicitada por grupos e redescoberta por outro, as partes faltantes são encontradas na dimensão do diálogo entre os grupos.

Resultados:

a)      Os grupos estudam brincando as características e fundamentações artísticas culturais do espaço sociocultural;
b)      As atividades tornam-se complexas de sentidos entre os jogos apresentados.
c)       Os grupos se integram e discutem os sentidos de suas obras reapresentadas;
d)      Possibilita maior aproximação e visibilidade dos equipamentos socioculturais;
e)      Aproximação da criança com a obra artística através da prática lúdica;
f)       Compreensão e formação subjetiva dos sentidos em internalizar a descoberta;
g)      Recuperação da obra e do espaço, oferecendo subsídios multiplicadores entre obra, jogo, espaço, conhecimento artísticocultural.

Objetiva-se compreender a criação artística como relação dialética entre sujeito/objeto. Que a partir das superações das contradições se faz possível perceber e compreender a sua totalidade. A metodologia utilizada no Curso de Pedagogia, na disciplina Metodologia de Ensino da arte promoveu jogos relacionais na comunidade de sala de aula a partir da construção de quebra-cabeças com tematizãções direcionadas, acadêmicas, surrealistas de uma dada realidade artístico-cultural propugnada. 
A atividade na comunidade de sala de aula consiste em desenvolver temas da vida cotidiana de forma surreal, e em se realizar  desenhos e recorte sintéticos de um ambiente, e a ser colado em papel cartão na dimensão A6. 
Trabalhos feitos em grupo, ocupando-se de recortes e intervenções com desenho configurando-se em uma colagem tematizada, em seguida o resultado é levado a outros grupos que demarcam a figura nos pontos de recorte em cinco partes. O grupo seguinte produz o recorte realizando um quebracabeças. O grupo de alunos seguinte retira de uma a duas peças do jogo e as coloca em envelopes separados. 
A dinâmica se processa juntando em sacos plásticos os sete jogos de quebracabeçasseparados com peças faltantes que em seguida são colocadas as partes de outros de forma que todos os jogos possuam peças dos demais grupos necessitando negociar as partes faltantes para o acabamento das estruturas plásticas. Assim, além de montar jogos não conhecidos se faz necessário a inter-relação para que todas as peças de um mesmo jogo sejam coordenadas. 
O resultado da atividade em seu final, possibilita que cada grupo monte os jogos de quebra-cabeças de outros colegas, evidencia-se o sentido das obras comparadas ao temas propostos no início da dinâmica.
A comunidade da sala poderá compreender da vivência relacional, a dialética e suas instâncias artísticas e plásticas na busca de sentidos, opera-se portanto, maior inter-relação e integração grupal conformando uma comunidade que promove o compartilhamento de seus objetos necessitando dos demais sujeitos para a compreensão e significância do todo. Além disso, promove-se debates em relação obra e temas que forem antecipadamente definidos ocasionando processos dialéticos na busca de sentido da obra em grupos.
A totalidade se esclarece nas partes faltantes que são reveladas. Os grupos retomam os sentidos e a comunidade de sala de aula compreende e atua na dimensão significativa dos temas operados, compartilhando saberes e oferecendo de si um todo que é sempre subsidiado ao outro.
Nesse sentido, a descoberta do outro se faz de si mesmo, e o sujeito em relação ao todo , a parte que faltava que ora completa-se.

O jogos são fotografados, documentados estritamente em relação ao objeto a que configuram: obra artística, espaço social e cultural.
Os grupos participantes narradores do proceso de elaboração descontinam um pequeño libro sobre suas atividades
O Coordenador da dinámica promove o agrupamento da vivencia oferecendo como resultado final a estrutura de um processo dialético que estrutura, organiza a obra.
Nesse sentido, a parte que faltava vai em direção daqueles que lêem o transcurso do processo integrado em libro de recortes e desenhos, onde crianças contam o seu próprio aprender compartilhar.


Orientações:

Crianças de 7 a 12 anos
5 Grupos de no mínimo 3 e máximo 6 elementos
Duração da atividade: 2h

Materiais necessários:

1.       Follders de espaços socio culturais
2.       Revistas Informativas de espaços socioculturais
3.       Filigranas sobre a obra de arte e cultura
4.       Artigos científicos pesquisados sobre temas
5.       Tematizações complementares em hemerografia dada;

Gestão Profissional
1.       Facilitador – Artista e/ou Pedagogo com conhecimento na área de metologia do ensino da arte;

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