O filme começa com a mesma intenção de dar fim a um sentido, de levá-lo ao resultado de ganho e perda. A miséria do pai, de uma posição tão importante cuja importância não mais importa. Não poderia ele mesmo ser o que quer que seja em referência a um mestre, um verdadeiro sábio que levasse algum caminho. A morte planejada, as desculpas de um fim de semana, o fim organizado não determina essa personalidade esperada que as imagens não mostram
Não desejava ter visto o que vi. Não as exigências, a retensão de um segredo, parece a glória da ignorância, o lugar comum da suburbanidade em seu arquivo X. O que foi mais trágico, não o ridículo, mas a pouca mensagem de afeto ou a vazão equilibrada de um sentimento. O fato da estupidez da pata de camelo por exemplo não ajudam. A organização do filme não o leva a uma vitória, nem mesmo à perda. Não se constrói. Alguma verdade houvesse. O arco e a flexa de um arqueiro que não poderia chegar a uma conclusão a meio caminho.
Eles não se abraçam, não se tocam, não se ouvem e mesmo não se dissipam na expectativa de algo, mas o quê?
Eu explico, o roteiro incendeia a possibilidade de uma mensagem qualificada que não vem. Na verdade, transformar um ato tão evidente para o arqueiro não passa para a estrutura pensada do ocidental como banal. O casamento perdido também, o carro, a glória e o Hello America como coisa pequena e vinculada a um sentido de conquista que não resulta em nada senão em uma vida mais ou menos definida a caminho.
O tutor pedófilo, a casa muito evidenciada em sua plasmada ideia de um modo de vida estritamente americano deixa o filme como uma posição ridícula de ser o que não é, de parecer buscar um resultado que não subsidia absolutamente essa idéia de família conduzida, amada, com compras merecidas, de muito shop e bem estar.
O prêmio Pulitzer do pai não pega. Parece um nome indicado, uma coisa sem renome para prosseguir num argumento que morre a cada cena. Por fim as contradições de se manter distante, de filhos abandonados, de uma necessidade de cuidados que não se realizam.
O homem do tempo não dá tempo algum. Depois da coisa jogada na cara, suco, tortas e outras mais não faz vazar a critica de uma sociedade de consumo ou que faça valer a posição medíocre de um jornalismo estancado no homem do tempo.
O mais triste é justamente o arco e a flexa que não chega ao alvo do meio caminho, de uma potencialização zen. Podia jogar futebol ou cricket, menos fazer flanar uma flexa em direção a um alvo ou alguma meta.
O discurso da agressividade sem controle, do sujeito controlado não estabiliza, fica aquele nó que não se desata. Não se cura, não se realiza e não se determina para uma ação realmente renovodora ou down, quer dizer baixa, informe e pobre. Nenhum e nem outro se validam.
Parece que o roteiro e as imagens teriam forças para nos levar a uma complexa vontade de se saber o não sabido: o tempo. A nos levar a conhecer uma tragetória de vida em sua reflexividade, e na sua consciência de humanidade disperdiçada. Que os ajustes da perda de um casamento que foi partido pudesse nos ensinar algo. O pai lhe diz para jogar no lixo o que não interessa. Que os adultos tem mais dificuldades e sabem disso para conseguirem um bem estar qualquer. Mas mesmo isso não parece suportar o recorte frágil de um filme que poderia ter sido e não foi.
A produção é de 2005 que sustenta o ator Nicolas Cage até o final num ritmo intenso.
Vale a imagem, a expectatica de futuro, a tensão de haver naqueles recortes uma condução possível para saber de um homem no tempo.
Elenco:
Nicolas Cage (David Spritz)
Michael Caine(Robert Spritz)
Hope Davis (Noreen)
Gemmenne de la Peña (Shelly)
Nicholas Hoult (Mike)
Michael Rispoli (Russ)
Gil Bellows (Don)
Judith McConnell (Lauren)
Dina Facklis (Andrea)
Joe Bianchi (Paul)
Direção:
Gore Verbinski
Fotografia:Phedon Papamichael
Música: James S. Levine e Hans Zimmer