Pular para o conteúdo principal

THE YANKLES

THE YANKLES



http://www.yankles.com/movie.html


       Para quem já manuseou o Talmud e conquistou dos sábios do passado os bens do presente, não pode deixar de assistir The Yankles que se refere a mitsvá uma ação de bondade humana. Essa visão de transmutação dos que estão decaídos para a divina presença do ato do sujeito é o que mais permanecesse no filme. Ao mesmo tempo em que desloca os sujeitos de suas realidades para ser filho de uma nação (dove), que insere neste sentido, uma porta aberta que só pode ser consentida na modéstia, no ritual. O que nos leva ao pensar rabínico de que não se pode ser judeu sem promover o bem e dele aprender para a vida.

A entrelaçada relação do filme com as dinâmicas do pensamento judaico no jogo de beisebol possibilita através do Rabino (Jesse Bennett), compreendermos o quanto se faz rituais que participam desta tradição. O jogo promove esse enfrentamento com o mítico, com o salto qualitativo de mitsvo (plural).
O filme pede: dá-me a alegria de uma boa ação humana. Não está escalonado aqui as lutas e sim o confronto religioso com a ética dos homens em suas relações.

A estrutura de roteiro informa claramente que é um filme comum, heróico: o sujeito que tem problemas no meio social, ajudado por um bom amigo a se recuperar, pagou suas dívidas sociais com uma ação moralmente correta que o leva à sua posição anteriormente perdida e, por fim reconquista a sua dignidade. Aparentemente é isso. No entanto, a comédia romântica se perde porque faz nascer desse intrincado novelístico comum a relação do sujeito nos rituais da vida, de sua predisposição em conquistar para o outro um mitsvá (um ato de bondade humana).

      Um filme moral, de uma instância que nos recupera do antigo a contemporaneidade múltipla que se faz requerida como dual, dicotômica, e da qual se preenche de encontros e desencontros, mas que se encaminha à sensibilização pela existência na comunidade, o grande ritual humano do círculo da vida.



THE YANKLES

PRODUÇÃO: 2009

Direção: David R. Brooks

ROTEIRO: David R. Brooks e Zev Brooks

Pedro Moreira Nt

Buy Books:


Free


Author Blogs


Postagens mais visitadas deste blog

Arquitetura do passado no presente

     Há lugares com mais de seiscentos e vinte e três castelos, testemunha ideológica da história.  A permanência, fulgor de eternidade, posição geométrica de onde se crê a continuidade da paisagem, de uma extensão visível de um fim à distancia, de algo inalcançável. O bicho quer ficar, enfiar os pés no terreno, rasgar a terra e ter raízes. E também quer pular o muro do infinito, saltar o horizonte e se apossar de qualquer torrão onde for caminhar o seu olhar. Amarrado aos sete lados, dimensionado ao mesurado  arquitetônico de seu cubo.      Estético, se diz inovador, estático, a expressão de um amontoado à bricola do formalismo. Dar a si o mundo, cercá-lo até tudo o mais ficar amarrado, cheio de si. Paredes de terra quente, vidros gelatinosos, duros, mas fleumáticos, comem a paisagem num anti-reflexo, e gira mundo, e o visto engolido que é sempre outro.  Terrenais estruturas no desmazelo ordenado da cultura. E dura nada essa eternidade tardia, vêm cansada, carrega consigo todos os des

Dialética poética

       Vem antes da escrita poética a dialética, as sombras intensas tomadas como arranjo,  E toda metafísica da poesia, de seu além físico se materializa através de uma concreção subjetiva que assume o pensar com as emoções. Dela consente que o afetivo se efetiva como valor memorial e se extrapola ao ser comunicada.       A imagem insólita ganha qualidades ao se interpor, ao se identificar com o poético. Nada dura das passagens eleitas, os lugares aonde andam nossos pés.  A calçada ao largo do relógio parado, na esquina das maledicências, no elevador que tudo deposita em caixas no aglomerado retilíneo das geometrias reguladas.      Muitas delas copiadas ao rés do chão das formalidades aceitas, e isso de reproduzir se torna um império que quer inovar, o lugar comum em que o novo se enovela tentando destituir a sua carne.      Mas ali está e se vê prontamente que não saímos longe do pós-guerra, ao menos daquela última e segunda.     Não se quer bem nem à poesia e nem ao poeta, atrapalha

Arte até Marte

       A saída do homem da Terra parece não estar muito longe, os dados mostram o aceleramento do planeta. As mudanças climáticas, os limites das condições de vida, as restrições sociais impostas a uma existência basicamente social, e com isso a centralização a pensamentos restritos, frios, modulares técnicos e instrumentais, retirando qualquer possível transcendência que não seja material.     A identidade social coisificada,  a alteridade no sentido messiânico, mágico, de salvação no mais recôndito entendimento da individualidade. Uma das características do momento é a coletivização forçada ao modo cooperado para um fim específico, manutenção do favo, da disposição medida dos espaços que se estabelecem como que em condomínio. Há uma diminuição geométrica dos ambientes de vida familiar. São muito menores do que se entendia como morada, como residência e, ou propriedade particular ou privada.     Essa atmosfera reducionista para um mínimo disponível provém da teoria de Taylor, de que a