Tako X
Pedro Moreira Nt
O grande ensaio da existência está em superar os riscos com gana, mas com alegria. O HQ sempre foi problema para a burocracia. Não há como controlar na dinâmica do desenho e da expressividade de todos os recantos de uma obra um único sentido. Pode-se ficar pensando de onde vêm os personagens e aonde vão com tanta liberdade. Ainda hoje quem lê quadrinhos, mesmo no recanto escondido e desculpável do acaso parece se encontrar a cada página. Algo como sem querer. Coisa para matar o tempo. Não faz tempo, o gibi era considerado de mau exemplo, e não era coisa de gente de bem. Gente de bem quer dizer pessoas que se preocupavam em fechar o foco da atenção apenas na sistematização da vida, tipo fazer com que se obedeça ao sistema, e se tenham meios para mais dinheiro. As imagens, já disseram alguns, conta mais que palavras, - e isso foge ao controle da ordem. O HQ é uma manifestação causadora de problemas para os impetuosos pensadores de si mesmos. O egoísmo do desenho está no limite. O que as pessoas de bens dizem é que se faz necessário limites para educar os filhos, para que o adulto saiba até onde pode ir. No desenho criativo de Tako X o desenho com essas cores deslumbrantes, ações repentinas, closes absurdos feitos com muito movimento trata de um sujeito-todos-nós. Aqui estão personagens conhecidos, mas não há como sistematizar. Mesmo no sistema, a recriação causa embaraço. Há uma busca incansável para uma alegria de viver que se apresenta no limite do desenho. Isso: o desenho só é possível, a coloração existe, a forma se apresenta apenas porque o traço de Tako X possibilita o limite. Sem o limite não há desenho, trata-se de um desperdício. Ele consegue algo inédito de desmangar o seu enlace criativo com uma realidade sonhada em que todos somos heróis e podemos com isso antever um instante mágico para a vida. É isso que destrói a formalidade da existência comedida, que tem normas demais, cheias de anteparos. A liberdade é possível, a gente vê que a criatividade ultrapassa as barreiras do suporte, vê no pôster uma ação, acontecimento que nos leva, que não nos deixa em silencio. Há algo a dizer nas formas brincadas, alegres e extremamente sérias da forma. O conteúdo não se subsiste no desenho de quem criou “O Gralha” para quem interferiu no mundo “Mad” e realizou em dois curtas animação em live-action que é uma proposta sequence que pode partir do filme tradicional realizado o desenho com ou não tratos eletrônicos, e/ou desenhos que se integram instalados no filme. Com toda essa qualidade criativa, os trabalhos, nessa proposição curatorial, tratam a construção da obra artística como um jogo de brinquedo que revela a pureza de um mundo melhor para todos, de sermos capazes de passar dos limites. O trabalho do artista faz pensar em nos refazer, em desconstruir esse mundo acabado, linear. É importante saber que é no aspecto simbólico que está a liberdade apresentada em uma seqüencia sucessiva de vontade de ser e não de ter. De haver saídas inesperadas na reapresentação das personagens que são encontradas em quem for capaz de pensar com Tako X uma realidade simbólica desmascarada, recriadora de signos.
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